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Teatro e Dança

Parem de falar mal da rotina, com Elisa Lucinda, em Brasília

Neste fenômeno de público e crítica, Elisa traz histórias cênicas que tratam o cotidiano como espaço de criatividade não como de repetição.

Redação Jornal de Brasília

17/05/2024 16h11

Elisa Lucinda. Crédito: Jonathan Estrella

Elisa Lucinda. Crédito: Jonathan Estrella

Dirigida por Geovana Pires, Parem de falar mal da rotina é um fenômeno há mais de duas décadas. Não se tem notícia, pelo menos no Brasil, de outro monólogo criado e protagonizado por uma mulher negra que tenha atraído milhões de espectadores pelo país inteiro e fora dele. Na peça, a chave, da qual parte Elisa, a autora, é simples, porém fundamental: a rotina é feita de um conjunto de escolhas. Desenhado por nossos desejos e decisões diante das opções, portanto, nós somos os responsáveis pelo que chamaremos de rotina e ninguém é culpado deste desenho. Só nós mesmos.

A curta temporada em Brasília, com sessões às 20h, a partir desta sexta (17/5) até domingo (19/5), no Teatro dos Bancários e com ingressos a preços populares, integra a programação do Festival Mistura Geral – Artes Cênicas.

Depois de fazer a plateia a rir de si mesma e chorar emocionadamente, a sequência de cenas a leva a crer no poder que tem, cada um, de atuar nessa rotina, de modo a otimizá-la, melhorá-la, trazê-la para mais perto de seus sonhos. “A peça nasceu das inúmeras lições que a natureza nos ensina todo dia. A grande lição é a capacidade de estreia que faz tudo na natureza acontecer de forma espetacular di-a-ri-a-men-te: o nascer do sol, o pôr do mesmo sol, o céu, a chuva, as estrelas, os ventos e as tardes. A natureza ensina a toda gente, mas, às vezes, alunos distraídos que somos, não vemos o lindo óbvio que ela nos oferece e as dicas que ela pode nos dar na condução de nossa vida diária”, diz a atriz.

Deselitizando a poesia, Elisa fala o texto poético como quem conversa com o público, emociona e diverte com suas palavras gente de zero a cem anos, de todo o tipo e lugar. A experiência assemelha-se a uma espécie de autoajuda inteligente, uma aula de cidadania por meio da educação emocional, pois cuidando melhor de nossa rotina, autores e protagonistas que somos dela, cuidaremos melhor de nós mesmos, dos que nos cercam e do mundo a nossa volta.

Como o espetáculo já atingiu sua maioridade, não é incomum que apareçam espectadores que foram acompanhados dos pais dentro da barriga, ou bebês ainda, e que hoje, adultos, voltam com os pais e trazem novos amigos.

De alguma maneira, a receita dessa obra leva uma comunicação transversal a toda a população brasileira e, por que não, mundial. Afinal, falar mal da rotina é um mau hábito da nossa civilização que ainda não entendeu que pode, como a lua e como o sol, estrear seus acontecimentos todo dia.

Ainda pelo Mistura Geral – Artes Cênicas, no sábado e domingo (18 e 19 de maio), o Festival apresenta Os Saltimbancos, da brasiliense Agrupação Teatral Amacaca, na direção de Hugo Rodas. A peça mistura dança, teatro, circo e música, trata de união, fraternidade, empatia, sonhos e perseverança.

Foto: Diego Bresani

Serviço:

Mistura Geral – Artes Cênicas
No Teatro dos Bancários (EQS 314/315 Bl. A). Dias 17, 18 e 19 de maio (de sexta a domingo), às 20h, Parem de falar mal da rotina. Dias 18 e 19 de maio (sábado e domingo), às 15h e às 17h, Os Saltimbancos, da Agrupação Teatral Amacaca. Ingressos: peças do DF a R$ 20 (meia), e as de fora a R$ 30 (meia). Meia entrada com doação de 1 kg de alimento não perecível mais os casos previsto em Lei.

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