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“Boca da Noite” de Marcela Cantuária, na Cerrado Galeria, até 11 de outubro

A exposição com obras inéditas da artista plástica carioca permanece até 11 de outubro, com entrada gratuita.

Redação Jornal de Brasília

13/09/2024 5h00

Atualizada 12/09/2024 18h53

Jane Vanini e a Boca da Noite, óleo sobre tela 175 x 200cm/ Divulgação

Jane Vanini e a Boca da Noite, óleo sobre tela 175 x 200cm/ Divulgação

Cerrado Galeria recebe a mostra Boca da Noite, de Marcela Cantuária com curadoria de Ana Clara Simões Lopes, até 11 de outubro. Natural do Rio de Janeiro, a artista plástica é conhecida por um extenso corpo de obras que entrelaçam imagens históricas advindas do universo da política a representações da cultura visual contemporânea. A última exposição da artista em Brasília foi em 2018.

A mostra apresenta mais de uma dezena de obras, em sua grande maioria inéditas e feitas especialmente para a exposição, que se desenrolam em uma atmosfera simbólica, alcançada por meio de uma paleta escurecida e uma simbologia que se constela em fenômenos e criaturas noturnas, tais como as mariposas e os lobisomens.

“Essa mostra reúne uma série de obras inéditas em que, de forma muito inventiva, Marcela investiga cenas noturnas”, adianta a curadora Ana Clara. “Foi um desafio a que a artista  se propôs já que sua produção, até agora, era marcada por  uma luminosidade predominantemente diurna. A noite, aqui, é impulsionada por um arcabouço simbólico de relatos encantados sobre o Araguaia na década de 1960-70, onde as mulheres e homens comprometidos com a resistência política no Brasil transformariam-se em criaturas noturnas, tais as mariposas e lobisomens, para se esconder na mata”, explica.

Boca da Noite traz uma variedade de linguagens artísticas. Além de pinturas a óleo sobre tela e madeira, Marcela Cantuária apresenta ainda obras em cerâmica – técnica que a artista ou a explorar de forma mais enfática após uma recente residência na Bordallo Pinheiro, em Portugal –, além de pinturas que se constroem sobre objetos como um oratório e um biombo, artefatos recorrentes na prática da artista.

Entre as pinturas, há um trio de obras que partilha de uma atmosfera simbólica de transformação e metamorfose: O Casulo, em que Marcela representa em crisálida; Marilene Vilas Boas, onde vemos esta guerrilheira metamorfoseada em mariposa; e O Renascimento, onde um corpo repousa sob a terra e uma mariposa alça voo.

Já entre as experimentações cerâmicas será apresentada a obra O Lobisomem, que estabelece uma referência direta a Osvaldo Orlando da Costa, protagonista da Guerrilha do Araguaia que ficou conhecido por, supostamente, conseguir transformar-se nesta mítica criatura noturna.

Complementam a exposição duas obras do acervo de Marcela Cantuária, que compõem suas séries anteriores: Uma proposta para o reencantamento, que representa uma série de mulheres emblemáticas em reflexão sobre o apagamento sistemático das perspectivas, e o Retrato de Maria Augusta Thomaz, que destaca o olhar da estudante universitária e militante política. As pinturas foram escolhidas para compor a mostra inédita por já anunciarem o interesse da artista nas cenas noturnas, além da proximidade conceitual que apresentam frente aos temas explorados na mostra.

Boca da Noite
Curadoria de Ana Clara Simões. Individual de Marcela Cantuária. Até 11 de outubro, na Cerrado Galeria (SHIS QI 05, bloco C – Comércio Local, Lago Sul), de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 13h. Informações: https://cerradogaleria.art/ e @cerrado.galeria

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