FRANCISCO LIMA NETO E PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Uma adolescente de 17 anos morreu no domingo (1°), em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, depois de receber em casa um bolo entregue por um motoboy com um bilhete anônimo. Ana Luiza de Oliveira Neves chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
De acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 17h de sábado, a irmã de Ana Luiza, de 18 anos, recebeu o bolo de pote em casa, no Parque Paraíso. Havia um bilhete com a frase “Um mimo pra garota mais linda que já vi” e, no verso, estava escrito Lulu Linda.
Ana Luiza chegou em casa cerca de uma hora depois e comeu o bolo. Por volta das 18h50, ela começou a ar mal. O quadro se gravou e o pai da jovem a levou para um hospital particular. A adolescente foi atendida e diagnosticada com intoxicação alimentar. Depois de medicada, ela recebeu alta.
Porém, no dia seguinte, por volta das 16h, Ana Luiza ou a ter sintomas mais graves e novamente foi levada ao pronto-socorro, onde já chegou sem sinais vitais.
De acordo com o registro policial, consta no relatório médico que Ana Luiza chegou ao pronto-socorro após aproximadamente 20 minutos de parada cardiorrespiratória. Ela estava cianótica (coloração azulada ou acinzentada da pele, decorrente de oxigenação insuficiente do sangue), com hipotermia, sem batimentos cardíacos e sem respiração.
A equipe médica realizou diversos procedimentos de reanimação, incluindo reanimação cardiopulmonar, mas não tiveram sucesso.
A causa aparente da morte foi apontada como intoxicação alimentar conforme atestado assinado pelo médico do pronto-socorro.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o caso foi registrado como morte suspeita pela Delegacia de Itapecerica que solicitou exames de IML à vítima. As diligências seguem para identificar quem enviou o doce e a causa da morte.
A loja Menina Trufa, onde o bolo foi comprado, se solidarizou com a família e afirmou que não entregou o bolo.
“A Menina Trufa é a fabricante do produto, mas não foi responsável pela entrega à adolescente. Uma pessoa adquiriu o produto na loja como se fosse para consumo próprio, levando este para outro lugar que ainda é desconhecido’, afirmou.
A entrega, segundo o estabelecimento, foi realizada de um local desconhecido por um motoboy que não presta serviços à empresa.
“Repudiamos qualquer tentativa de associação indevida à nossa marca. Prezamos pela ética, segurança alimentar e transparência em tudo que fazemos. Estamos colaborando com as autoridades e seguimos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Nossos sentimentos mais sinceros à família e amigos”, finalizou.