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Kátia Flávia
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Christian Chávez transforma dor em música: “Me tiraram do armário aos 23, mas agora sou eu quem conta minha história”

Kátia Flávia

30/05/2025 10h30

Aos 40 anos, astro do RBD lança EP sobre autoaceitação e fala sobre traumas, saúde mental e orgulho LGBTQIA+

Aos 40 anos, astro do RBD lança EP sobre autoaceitação e fala sobre traumas, saúde mental e orgulho LGBTQIA+

Preparem os corações, fãs de RBD! Christian Chávez abriu o jogo como nunca antes e emocionou geral ao revelar como transformou um dos momentos mais difíceis da sua vida em arte.

Era março de 2007 quando o mundo pop foi abalado: em pleno auge do RBD, lotando estádios pelas Américas e Europa, Christian teve sua sexualidade exposta de forma brutal. Fotos dele com outro homem vazaram e, com apenas 23 anos, ele foi forçado a se assumir gay. “Por medo de rejeição, mas, sobretudo, por minha família e pelas consequências”, desabafou.

Hoje, aos 40 anos, com muito mais maturidade e força, o cantor usa a música como ferramenta de cura e libertação. Em entrevista para o Splash, ele revelou que seu novo EP, “Sí”, é fruto direto desse processo: “Era necessário”, afirma. A faixa principal, “Si Mañana Me Voy”, fala exatamente sobre “as feridas que deixam marcas e fazem ver coisas boas”.

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Christian não esconde o quanto sofreu: “Há muito tempo, a imprensa tirou a oportunidade de eu falar da minha sexualidade. Eles me puxaram para fora do armário de uma forma muito agressiva para uma pessoa que só tinha 23 anos. Isso causou muita dor e autodestruição. Cheguei a me cobrar pelo tempo e sonho que eu havia perdido, porque eu queria ser eu, por minha sexualidade.”

O pontapé para essa nova fase? A icônica “Soy Rebelde Tour”, em 2023. Por recomendação do terapeuta, Christian escreveu uma carta para seu “eu criança” antes da turnê e, a partir daí, começou uma revolução interna: “processo de amor, valor, autoaceitação e sem medo”.

Nos shows, ele aproveitava para mandar o recado em alto e bom som: “Devemos ser nós mesmos e foda-se quem achar ruim”. E ainda comemorou: “Consegui levar a minha expressão sexual e a minha parte mais queer ao palco. Foi maravilhoso, aquele menino brincou muito.”

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As palavras da carta viraram letras de músicas sinceras, emocionantes e, claro, super pessoais: “Eu tinha que trazer essas ideias e palavras, e fazer as pazes também com a música, recuperar minha história. Minha narrativa foi tirada de mim. Muitas pessoas falaram sobre minha vida. Agora, eu tenho 40 anos e, finalmente, compreendi o que é amor-próprio.”

Mas não pensem que foi fácil! O caminho até essa reconstrução foi doloroso, repleto de batalhas internas e problemas de saúde mental. “Se a gente não tem saúde mental, você não tem nada”, alerta Christian, ressaltando a importância do tema.

Entre as feridas mais profundas, está a marca deixada pela rigidez da Igreja Católica. “Crescer ouvindo sobre pecado e culpa é algo que faz muito mal ao ser humano, especialmente a nós que somos parte da comunidade LGBT.”

E a virada? Ele mesmo sintetiza de forma impactante: “Sim, sou bicha. Sim, sou puto, sou todas essas palavras que me fizeram tanto mal… Agora, eu as utilizo como uma arma. Isso é maravilhoso.”

Christian Chávez renasceu, e agora, quem comanda a narrativa é ele!

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