SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Björn Ulvaeu, cantor e compositor do Abba, disse estar escrevendo um novo musical, contando com a ajuda da inteligência artificial. Para o sueco, responsável pelos sucessos ‘Mamma Mia!’ e ‘Chess’, as ferramentas digitais não são ameaças para a indústria musical, mas, sim, colaboradoras.
“É fantástico. É uma ótima ferramenta”, disse, entusiasmado, no evento SXSW de Londres. “É como ter outro compositor musical na sala, com muitas referências. É realmente uma extensão da sua mente. Você tem o a coisas que você não pensaria antes”, completou.
O compositor também reconheceu as limitações da inteligência artificial nos processos e desenvolveu seu próprio método de utilização. “É muito ruim para compor” e “é ineficiente em escrever uma música por completo”, disse.
Ele contou que utiliza as ferramentas quando já tem a letra da canção pronta e quer uma sugestão de melodia ou quando precisa de ajuda para terminar uma composição: “Você pode perguntar: ‘Como eu continuaria?’ ‘Para onde você iria daqui?’ Normalmente vem com algum lixo, mas, às vezes, tem algo lá que te dá uma ideia nova”.
Apesar do entusiasmo com a inteligência artificial, Ulvaeu, que é membro da Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (CISAC), defende os direitos dos artistas na era digital. Ele está à frente das negociações para que as IAs geradoras de músicas paguem royalties para os criadores originais, cujos trabalhos sevem de base para estes sistemas.
“Esses modelos de IA não existiram sem as músicas que nós escrevemos”, disse o compositor. Ele usou o exemplo dos serviços de streaming, que destinam parte do valor das s para os donos dos direitos autorais, como comparação.
Ulvaeu disse ainda que pretende continuar contando histórias nas letras de suas músicas e que acorda curioso todos os dias para testar novas ideias.