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Cinema com ela
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Timothy Scott Bogart retrata todo o seu amor ao seu pai na nova cinebiografia “A era de Ouro”

Neil Bogart fundador da Casablanca Records, tem sua história embalada pela nostalgia dos anos 1970; longa estreia nesta quinta-feira (10)

Tamires Rodrigues

10/08/2023 5h00

Atualizada 09/08/2023 14h01

Cinebiografias musicais não são nenhuma novidade em Hollywood, longas como “Bohemian Rhapsody” (2018), “Rocketman” (2019) e “Elvis” (2022), praticamente já fazem parte dos lançamentos anuais do cinema, porém quando se trata de uma persona icônica que revolucionou uma indústria que já está saturada por assim dizer, pode ser imaginar que ela não chegou ao seu status sozinha. 

Esse é basicamente o foco do novo longa que chega às telonas nesta quinta-feira (10). “A era de Ouro” que conta a história de Neil Bogart, magnata fundador da Casablanca Records nos anos 1970, o filme é dirigido por Timothy Scott Bogart, filho do Neil que declara todo o seu amor pelo seu pai.

Neil Bogart é um judeu sonhador que tem muita vontade e pouco dinheiro, acabou se tornando bilionário graças à criação de seu selo Casablanca Records em 1974. Foi uma fonte de descoberta e lançamento para a fama de muitos dos cantores e grupos mais famosos da história, como KISS, Parliament, Donna Summer e The Village People foram alguns dos que aram pela label, uma das mais relevantes nos anos 70 pelo trabalho de Neil, que foi a marca por excelência nestes anos, não deixando margem para dúvidas uma marca indelével na história da música. 

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Timothy Scott Bogart produziu, roteirizou e dirigiu o longa, ele não é experiente no ramo cinematográfico é isso fica claro logo no início do filme, ou seja muita coisa poderia ter sido diferente na produção. A história do seu pai, já é interessante sem muitas invenções, um garoto pobre do Brooklyn que fundou o selo musical independente de maior sucesso de todos os tempos, e conseguiu porque ele era audacioso, imprudente  é conseguia ver além do que estava a sua frente essa premissa já levaria muitos espectadores ao cinema sem dúvida nenhuma.

O primeiro grande erro do filme é justamente o seu roteiro caótico que não consegue focar em uma linha de raciocínio objetiva: construção de uma empresa, problemas nos negócios, questões relacionadas a artistas, triângulo amoroso são alguns exemplos do que esperar do longa. Esse foi o mesmo problema em “I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston” que segue um modelo Wikipedia uma coisa atrás da outra sem se aprofundar em nada específico.

Por ser tratar de uma produção baseada nos anos 1970, são muitos detalhes para imersão, como roupas, cenários, enfim foram 27 milhões de dólares para a “A era de Ouro” é um valor relativamente baixo em comparação a outras produções do gênero e por ser um filme independente algumas decisões técnicas são aceitáveis, já outras nem tanto como o uso do CGI (Imagens Computadorizadas), diálogos entre os personagens que poderia ser facilmente realizados em cenários reais se perdem em telas verdes que não valorizam em nada a trama.

Foto: Divulgação/Paris Filmes

Um grande exemplo da falta de recursos financeiros são as escolhas em volta da banda “Kiss” os atores escolhidos para compor o grupo lendário não convence na atuação ou nas cenas musicais e muito menos nas maquiagens, essa questão pode estar relacionada com os direitos que o filme não conseguiu comprar. 

Neil Bogart é visivelmente um personagem carismático, com muitas variações que chama atenção ele é interpretado Jeremy Jordan que não consegue transmitir toda a grandiosidade que o protagonista pede. 

A cena do início do filme deixa uma brecha aberta para o espectador pensar que se trata de uma biografia, porém romantizada: Bogart aparece dançando em uma igreja gospel com sua maleta para fazer um acordo com a Buddha Records para lançar “Oh Happy Day”, a música que se tornaria o primeiro single pop gospel. Então Bogart, que narra o filme, nos conta que essa cena não aconteceu  dessa forma, seria uma forma mais lúdica de mostrar que cinebiografias não querem mostrar a realidade dos fatos e sim criar lendas.

Conclusão

“A era de Ouro” com toda certeza não é um ótimo filme, com vários problemas técnicos e no roteiro, essa história do sonho americano já foi recriada em diferentes fórmulas. Mas a história do Bogart não é conhecida, então esse é o maior e talvez único trunfo da produção.

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Timothy Scott Bogart;

Roteiro: Timothy Scott Bogart;

Elenco: Jeremy Jordan, Michelle Monaghan, Dan Fogler, Jason Isaacs, Sebastian Maniscalco; 

Gênero: Cinebiografia;

Distribuição: Paris Filmes;

Duração: 137 minutos;

Classificação Indicativa: 16 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z

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